A
música gaúcha de origem tradicionalista parece ter origem na escola
literária do parnasianismo, por sua semelhança quando canta coisas
da natureza e do ambiente como: a terra, o chão, os costumes, o
cavalo - e pela musicalidade, sempre buscando a rima num arranjo
muito acertado com as melodias, criando entre letra, música e
dramatização, uma dinâmica que rebusca origens e paixões. Vale a
pena estudar este aspecto e descobrir que por outras origens
históricas podemos enriquecer nossas culturas.
O
estilo musical gauchesco mostra também origens fortes na música
flamenca espanhola, e na música portuguesa. Os campos harmônicos
bem arranjados, denotam ritmos bem elaborados e melodias com dois ou
mais violões. Com uma formação harmônica/melódica complexa, a
música tradicionalista torna-se difícil de ser interpretada em
alguns casos, por outros grupos ou músicos que não possuem ligação
direta com a cultura gaúcha.
Algumas metáforas e
temas são particularmente frequentes na música gaúcha.
A primeira delas é o amor pelo Rio
Grande do Sul,
Este
amor, muitas vezes, toma a forma de um amor pelo mundo rural do peão
gaúcho, mundo este muitas vezes retratado como em extinção.
O
segundo tema muito presente é o cavalo (geralmente
da raça
crioula,
mas isso nem sempre fica explícito), que aparece de diversas
maneiras nas letras das música, como um animal de admiração
imensurável e companheiro de trabalho, por exemplo.
Cantor e instrumentista gaúcho de música
nativista.
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NATIVISMO
X TRADICIONALISMO
O
tradicionalismo gaúcho é um movimento organizado com uma estrutura
hierárquica rígida e um mapeamento do Estado. É quase como um
governo paralelo especificamente para o gerenciamento da tradição,
mas não exclusivamente. Há uma questão humana intrínseca. Possui
um presidente na capital, trinta coordenadores nas chamadas Regiões
Tradicionalistas (RTs) e os patrões do Centros de Tradições
Gaúchas.
O
nativismo gaúcho não é uma entidade e sim um movimento cultural
cuja união está na identificação pessoal e na semelhança de
produção artística de seus membros. Os líderes são os artistas e
os organizadores de festivais, mas não há uma hierarquia
estabelecida entre eles.
Enquanto
o tradicionalismo estuda o folclore e a tradição, o nativismo está
mais voltada para a manifestação folclórica. O primeiro define
o corpus de
sua atuação dentro do que estabelece como tradicional e folclórico
e o segundo busca universalizar estes dados com enfoque ético-musical
mais abrangente e inovador.