O XOTE é
uma cadência musical que tem como ancestral uma dança de salão
portuguesa. Este ritmo nasce, porém, na Alemanha, originalmente
intitulado Schottisch,
termo alemão que traduzido tem o sentido de ‘escocesa’, embora
não guarde nenhuma relação com a Escócia. Ao criarem esta
expressão, os alemães se referiam à polca escocesa, da maneira
como era vista por este povo.
Esta
dança parece ter desembarcado em solo brasileiro em 1851, na bagagem
de José Maria Toussaint. A princípio ela era difundida entre os
aristocratas que viviam durante o Segundo
Reinado.
Mas logo os escravos se afeiçoaram a este ritmo, observando a
coreografia e adaptando-a aos seus próprios gingados.
Não
demorou muito para que o Schottisch se transformasse no ‘xótis’
e depois no ‘xote’. Assim que os negros instituíram a Irmandade
de São Benedito, este bailado tornou-se símbolo dos Bragantinos.
O
xote foi aos poucos se distanciando dos elementos originais do
Schottisch, pois os antigos escravos imprimiram a esta dança sua
flexibilidade sem igual, seus giros e movimentos corporais, que
conferem aos que o dançam uma maior vivacidade.
Atualmente este
ritmo se tornou mais adaptável e é, assim, localizado tanto nos
forrós que grassam no Nordeste brasileiro, quanto na região Sul,
constituindo o xote gaúcho. Ele também se encontra mesclado a
outros ritmos da América
Latina,
como a salsa,
a rumba e o mambo,
e é uma das cadências mais executadas e dançadas no Brasil.
As
mulheres normalmente trajam saias amplas ou vestidos com a cintura
franzida. Os homens optam pelas calças tradicionais ou de jeans,
acompanhadas por camisas de manga comprida, bem coloridas e
estampadas. As músicas são tocadas em rabecas ou violas, junto com
o pandeiro e o triângulo, e vocalizadas por uma banda.
Imortalizado
pelo compositor Luiz Gonzaga, o xote nordestino tem uma cadência
binária ou quaternária, tocada em marcha rápida.
Nas tradicionais festas juninas, porém, este ritmo soa de forma mais
lenta. É possível encontrar várias maneiras de dançar esta
sonoridade.
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